domingo, 2 de outubro de 2011

Foto-levitação: pés, para que os quero?

 Foto levitação: pés, para que os quero?



“Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?”
A frase célebre é da pintora mexicana Frida Kahlo. Mas parece que o espírito da coisa foi totalmente incorporado pela fotógrafa (e pintora) russa Anka Zhuravleva em sua série Gravidade Distorcida.
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(Foto: Anka Zhuravleva / Site da Fotógrafa)

Na série, a russa desafia as leis da física e exibe pessoas levitando em pleno ar. Em geral, as fotos passam uma sensação idílica de paz e sonho.

 Foto levitação: pés, para que os quero?
(Foto: Anka Zhuravleva / Site da Fotógrafa)

 Foto levitação: pés, para que os quero?
(Foto: Anka Zhuravleva / Site da Fotógrafa)
 Foto levitação: pés, para que os quero?
Foto: Anka Zhuravleva / Site da Fotógrafa

 Foto levitação: pés, para que os quero?
(Foto: Anka Zhuravleva / Site da Fotógrafa)

Tão intrigante quanto as fotografias é a própria história de Anka. Ela sempre estudou artes, por influência de sua mãe, que também era artista. Mas, na adolescência, ficou repentinamente ófã – seus pai faleceram em um intervalo de menos de dois anos – e seu mundo virou de cabeça para baixo.
Anka começou a viver no submundo de Moscou. Sempre bebendo muito, trabalhou como tatuadora e cantou numa banda de rock. Também fez alguns trabalhos como modelo, aparecendo nua na Playboy russa e em outras revistas masculinas.
Em 2001, ela conheceu o músico Alexander Zhuravlev, em São Petersburgo. Apaixonou-se e imediatamente mudou-se para a casa dele. Desde então, os dois vivem em harmonia – Alexander incentiva a produção artística de Anka, e ambos convivem comn diversos intelectuais e artistas da Rússia.

 Foto levitação: pés, para que os quero?
(Foto: Anka Zhuravleva / Site da Fotógrafa)

 Foto levitação: pés, para que os quero?
(Foto: Anka Zhuravleva / Site da Fotógrafa)

 Foto levitação: pés, para que os quero?
Foto: Anka Zhuravleva / Site da Fotógrafa

Você pode conferir mais trabalhos de Anka – inclusive suas pinturas, de tinta a óleo – acessando o site da artista.
 
Viciada em todo e qualquer tipo de arte. Tudo que tem são vinte e dois anos, um violão com uma corda constantemente arrebentada, e centenas de dúvidas. Ama Tchekov, Nirvana e cinema iraniano. Uma metamorfose ambulante, uma pedra no caminho – ou, resumindo tudo, uma gaivota.

Obra Prima de Luis Bunuel - Simão do Deserto - completo e legendado

Chile mostra esgotamento do modelo 'privatista' de educação superior, diz pesquisador

Do sitio OPERAMUNDI

A série de protestos ocorridos no Chile nos últimos quatro meses, em que estudantes pedem a reforma do sistema educacional e a volta do ensino superior gratuito, demonstra o esgotamento de um modelo “privatista” de educação universitária que foi implantado em alguns países nas últimas décadas. Essa á a opinião do pesquisador Fabio Betioli Contel, que lança, ao lado da socióloga Manolita Correia Lima, o livro Internacionalização da educação superior (Alameda Editorial, 536 páginas, R$ 68,00).
Efe

Mercantilização do ensino, como demonstram protestos no Chile e na Inglaterra, dá sinais de exaustão

Na obra, os autores criticam o modelo definido por critérios mercadológicos — que levou, por exemplo, aos protestos contra o aumento das taxas anuais de empréstimo estudantil nas universidades inglesas — e defendem uma “universalização cooperativa”.
“O que nosso livro preconiza é uma forma de organização da internacionalização oposta a este modelo privatista”, diz Contel, em entrevista concedida ao Opera Mundi por email. “É preciso criar solidariedades regionais com pautas voltadas para interesses públicos nacionais, e que sejam ao mesmo tempo estratégicos para o desenvolvimento dos países latinoamericanos como um todo”, defende.
O livro analisa diversos períodos de implementação de políticas de intercâmbio de conhecimento em sete países (Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá, França, Brasil e Chile). “A internacionalização é um dado que faz parte do DNA das universidades, já que o conhecimento –meio e fim das universidades– tende ao universalismo; por isso a internacionalização em moldes cooperativos não só é desejável, como necessária, se quisermos construir uma globalização solidária”, comenta Contel.
Os dois pesquisadores avaliam que a principal causa dessa internacionalização desigual e hierárquica existente hoje entre as universidades dos países ricos e as nações subdesenvolvidas é que seus critérios são eminentemente mercadológicos, definidos por organismos comerciais e financeiros, como a OMC e o Banco Mundial. “Obviamente não podemos esperar do Banco Mundial soluções de caráter universal. Nenhuma instituição financeira vinculada a interesses dos países centrais pode ajudar na consolidação de sistemas nacionais de ensino superior nos países periféricos”, afirma o geógrafo. “Pelo contrário, sua ação é em grande parte determinada por raciocínios eminentemente contábeis, tendo nos mecanismos de mercado o grande elemento de definição das políticas”, observa.
Contel afirma ainda que uma internacionalização não subordinada seria possível se governos e dirigentes universitários de países como o Brasil tivessem vontade política para “aumentar as solidariedades acadêmicas”, o que seria favorecido pelas relações acadêmicas sul-sul, menos hierarquizadas que os intercâmbios norte-sul. “Isto significa trabalhar para a criação de redes de pesquisa regionais sólidas, de revistas indexadas que dêem maior visibilidade a esta produção, e instalação de programas de cooperação universitária de longo prazo”, diz.
Na relação acadêmica com os países centrais, os autores defendem uma postura pragmática das políticas de internacionalização a serem implementadas nos países periféricos, com o objetivo de suprir carências em áreas específicas de acordo com os projetos nacionais e regionais destes países. Além disso, “é preciso fazer com que o investimento em pesquisa aplicada “saia” das universidades públicas, e seja financiado também pelas empresas dos países semi-periféricos”, afirma Fabio Contel.

Assimilação

Questionado sobre as implicações do processo de internacionalização hoje em vigor sobre a mão-de-obra formada nos países periféricos, Fábio acrescenta que “ainda que uma formação acadêmica que contemple um estágio no exterior soe interessante do ponto de vista individual, pode ter consequências indesejáveis para o país de origem do estudante”.
“Ao regressar do período de estudos — quando regressam — os alunos emigrados trazem consigo, em primeiro lugar, o aprendizado da língua do país hospedeiro que, por sua vez, traz embutido padrões culturais, estéticos e de comportamento típicos do país hospedeiro. Em segundo lugar, a imersão no sistema cultural do país hospedeiro interfere também nas referências políticas e na formação ideológica do estudante que, ao retornar, acaba funcionando como uma espécie de ‘embaixador’ informal dos países hospedeiros”, critica.
Contel destaca que esse processo de “assimilação” pode ser ainda mais perverso em nações de descolonização recente, como é o caso da maior parte dos países africanos e do sudeste asiático.