terça-feira, 16 de março de 2010

Grande documentario sobre o PiG....

Beyond Citizen Kane, Simon Hartog



Tamanho : 327 MB
Duração: 1:33:03
Idioma: Português
Formato: RMVB (Vhs-Rip)
Servidor: Rapidshare (Dividido em 4 partes)
Créditos: escarlath - F.A.R.R.A

http://rapidshare.com/files/121394554/malemcidadaok_FORUM_FARRA.escarlath.zip.001
http://rapidshare.com/files/121409144/malemcidadaok_FORUM_FARRA.escarlath.zip.002
http://rapidshare.com/files/121425636/malemcidadaok_FORUM_FARRA.escarlath.zip.003
http://rapidshare.com/files/121433628/malemcidadaok_FORUM_FARRA.escarlath.zip.004


Muito além do Cidadão Kane (em português), é um documentário de Simon Hartog produzido, em 1993, pela tv inglesa Channel Four.
O filme, que conta a história da Rede Globo de Televisão e discute seu poder sobre o Brasil, foi proibido no Brasil desde 1994 graças a uma ação judicial movida por Roberto Marinho.
O documentário conta com as participações de Luiz Inácio Lula da Silva, Chico Buarque, Leonel Brizola, Washington Olivetto, entre outros.

Mais detalhes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Beyond_Citizen_Kane

Charles Chaplin via longe.....

A atualidade de “Tempos Modernos” e os usuários da pedra (crack)


Toda vez que passo para os meus alunos da disciplina de História a película “Tempos Modernos”, do genial cineasta inglês Charles Chaplin, percebo a perplexidade e concomitantemente a alegria nos olhos desses jovens alunos. Nesse filme não há meio termo, Chaplin realmente passa uma mensagem social e política. Cada cena é trabalhada para que a mensagem chegue verdadeiramente tal qual a realidade é. E nada parece escapar à crítica mordaz de Chaplin sobre a sociedade de sua época, aliás de nossa época, pois considero ainda muito atual suas análises sobre a sociedade capitalista que chegam a ser muitas vezes até atemporal.
O cineasta relata sobre a escravidão ainda presente em nosso cotidiano. Mostra o amor que também surge, mas surge quase paternal: o de um vagabundo por uma menina de rua. Como trabalhador de uma fábrica o “Vagabundo – Carlitos” tem um colapso nervoso, o que chamamos hoje em dia de “estresse” por trabalhar de forma quase escrava. Ou seja, uma crítica ao trabalho monótono e repetitivo. A velha alienação do trabalho como bem estudou o filósofo alemão Karl Marx.
Charles Chaplin identifica e faz uma analogia assaz interessante com a realidade atual, com relação à questão do desemprego de grande parte da população e relata a crônica da fome e as condições miseráveis que vivem os trabalhadores das grandes cidades. É lógico que o filme focaliza a vida na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização de trabalho do final do século XIX e princípio do século XX. Não obstante, é uma crítica severa à “modernidade” e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias “subversivas”. Trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas.
O mais fantástico e assustador é que ainda hoje essa mesma sociedade capitalista, mesmo com todo o avanço tecnológico das forças produtivas, com o desenvolvimento tecnológico da informática, cibernética e da nanotecnologia, ainda asim, explora os trabalhadores da cidade (proletariado) e do campo (camponeses), e que estes trabalhadores alimentam todo o conforto, o luxo e diversão da burguesia.
Na película, Charles Chaplin é um profeta, demostrando que a máquina tomará o lugar do homem, aumentando o exército de reserva. Ressalta o vagabundo em transe, em sua crise de angústia, onde é tragado pela máquina, uma metáfora ao sub-emprego e as empresas, fábricas e indústrias que trituram gente pagando salários irrisórios e pífios. É um visionário à frente de seu tempo, já que na cena em que um dos bandidos coloca no saleiro a cocaína, em plena hora do almoço, evitando ser pego em flagrante pelos guardas que fazem a revista na prisão, onde o vagabundo ao pôr o suposto sal em sua refeição, levando-o a ficar muito doido e em êxtase. Uma clara denúncia ao nefasto comércio de drogas e as facilidades que este negócio lucrativo e sórdido, que leva as pessoas e principalmente os adolescentes a aderirem à criminalidade: isso infelizmente é rotina nas grandes cidades, onde cada vez mais jovens entram no submundo do crime.
Infelizmente estamos perdendo a nossa juventude para o crime organizado e para a pedra de crack, que atualmente é o fator principal que está levando nossos jovens a roubar, matar e até mesmo a cometer suicídios, ou seja, suas vidas são destruídas sem dó e sem piedade. Além da desestabilização das pessoas que sofrem com a convivência de dependentes químicos. Mas quem sofre com tudo isso é a família, cujo lar foi destruído pelo vício de um dos seus membros.
Segundo matéria publicada pela jornalista Lêda Gonçalves do Jornal Diário do Nordeste “a população corre risco e o crack já chegou deixando um rastro de destruição e violência.” (Fortaleza/CE) de 25/02/2010, no Caderno Cidades. A jornalista afirma na matéria que “a droga é consumida, principalmente por jovens cearenses entre 12 e 29 anos.”
Em Fortaleza, avalia o Coordenador da Cufa, Preto Zezé que “de acordo com números da Central Única das Favelas (Cufa) 30 mil jovens de 12 aos 29 anos de idade são dependentes químicos em Fortaleza. No Ceará, esse número chega a 100 mil usuários da chamada “pedra maldita”. O vício matou mais de 1,7 jovens nos últimos três anos. O avanço da droga é uma coisa sem precedentes.” – (Caderno Cidade do Jornal Diário do Nordeste de 25/02/2010).
Estendo-me sobre a temática das drogas por entender que este grave e atual tema é importante para reflexão, e também para salientar o quanto o cineasta inglês Charles Chaplin foi perspicaz, sagaz em perceber no século passado a problemática das drogas em nosso cotidiano. Que o legado de Charles Chaplin seja sempre lembrado pelas novas e futuras gerações. Que suas películas sejam contempladas e debatidas amiúde por pessoas de todas as idades.
Brincando ele falava sobre coisas sérias, de forma lúdica nos levava a pensar criticamente sobre a nossa sociedade, com irreverência e com cenas bem humoradas satirizava, ironizava e levantava discussões polêmicas. Educava através da sétima arte (cinema) com maestria e genialidade. É por isso que seus filmes são utilizados em demasia pelos professores de História (como fonte histórica), Filosofia e Sociologia para entendermos a sociedade de consumo contemporânea.
Longa vida e muita prosperidade ao legado do palhaço, ator, diretor, dançarino, roteirista, comediante, músico e bardo cineasta britânico Charles Chaplin.

(*) Elcio Cavalcante é professor de história em Fortaleza (CE).

Criança não pode ser alvo da publicidade para o consumismo


Criança e consumo

A capital paulista sedia, de hoje [16/3] a quinta-feira, no Itaú Cultural, o 3º Fórum Internacional Criança e Consumo, uma iniciativa do Instituto Alana. Especialistas no tema debaterão como prevenir e reduzir os efeitos da publicidade de produtos e serviços destinados a crianças e adolescentes.

A população com idade inferior a 12 anos é hipervulnerável à comunicação mercadológica devido ao mimetismo próprio da infância, à falta de discernimento, à afirmação da personalidade, à dificuldade de distinguir desejo e necessidade. "Formar cidadãos ou consumistas?", eis a questão.

Nessa cultura hedonista, em que os valores sonegados da subjetividade são pretensamente substituídos pelo valor agregado da posse de bens e serviços, crianças e jovens se veem ameaçados pela incidência alarmante da obesidade precoce, da violência (inclusive nas escolas), da sexualidade irresponsável, do consumo de drogas, do estresse familiar e da degradação das relações sociais.

Com a laicização crescente da sociedade ocidental, que, com razão, repudia o fundamentalismo religioso, a moral perde seu anteparo na vivência da fé, as ideologias altruístas, em crise, cedem lugar ao individualismo egocêntrico e a tecnociência aprimora meios de relacionamento virtual em detrimento da alteridade real e da inter-relação comunitária e coletiva.

Vivemos, como Sócrates, na terceira margem do rio: os deuses do Olimpo já não oferecem parâmetros éticos e a razão depara-se com a própria insuficiência diante da avassaladora pressão mercantilizadora de todas as dimensões da existência. Onde, nos mais jovens, o idealismo, a abnegação, a ânsia pelo transcendente, o sonho de mudar o mundo?

Na contramão da tendência imperante, o projeto do Instituto Alana disponibiliza instrumentos de apoio e informações sobre direitos do consumidor nas relações de mercado que envolvam crianças e adolescentes.

Produz e distribui conhecimento acerca do impacto do consumismo na formação desse público, fomenta a reflexão a respeito da influência da mídia e da comunicação mercadológica na vida, nos hábitos e nos valores de pessoas em idade de formação.

O projeto Criança e Consumo engloba três áreas: jurídico-institucional, comunicação e eventos, pesquisa e educação.

A área jurídico-institucional recebe denúncias de práticas de comunicação mercadológica -principalmente publicidade veiculada em TV, internet e revistas- consideradas abusivas. Em contato com as empresas responsáveis pela peça publicitária, faz-se notificação para que cesse a veiculação do apelo comercial. A área de comunicação e eventos promove debates e seminários para discutir e divulgar essas questões.

A de educação e pesquisa estuda de maneira multidisciplinar a temática e põe no site www.criancaeconsumo.org.br bibliografia sobre o tema.

A partir dessas iniciativas, o projeto contribui para a formação de uma consciência crítica e cidadã sobre os aspectos negativos da mercantilização da infância e da juventude. No início de março, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sinalizou que as novas regras sobre publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis, a serem divulgadas, não oferecerão proteção especial ao público infantil.

Isabella Henriques, coordenadora do projeto Criança e Consumo, alertou sobre as graves consequências dessa decisão, que exclui todos os artigos de proteção à infância, como o veto ao uso de desenhos em publicidade, à promoção de alimentos e bebidas nocivas em escolas e ofertas com brindes.

Segundo ela, isso significa o poder público negligenciar os direitos da crianças e adolescentes, declinando-os em favor de interesses privados. Crianças não podem ser tratadas como consumidores comuns. Merecem tratamento diferenciado. É preciso levar em conta o trabalho da força-tarefa criada em 2009 pelo Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, voltado à proteção de consumidores hipervulneráveis. Essa força-tarefa conta com a participação do Instituto Alana, do grupo de comunicação social do Ministério Público Federal, da Anvisa e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.

Induzir a criança ao consumismo precoce é inflar o desejo na direção de ambições desmedidas. E, quanto maior o anseio, mais profundo o buraco no coração e, portanto, a frustração e os sintomas depressivos. Perversa intuição profissional faz com que o traficante de drogas conheça bem essa patologia e dela saiba tirar proveito.

Artigo de Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, assessor de movimentos sociais e escritor. Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004). Publicado hoje na Folha.Extraido do blog Diario Gauche