domingo, 4 de fevereiro de 2007

Campanha distribui livros a 10 mil presos palestinos em Israel


"Um preso, um livro" é uma iniciativa da Campanha pela Libertação de Maruan Barguti e Todos os Presos, movimento palestino contrário às prisões políticas promovidas por Israel. O objetivo é promover a distribuição de livros entre os 11 mil presos palestinos em 20 prisões militares israelenses.


Os 10 mil exemplares obtidos inicialmente vieram de doações de 35 ONGs e diversas personalidades palestinas. Desde setembro 2000, o início da Segunda Intifada, são estimadas em 50 mil as prisões de palestinos, incluindo 4 mil crianças (10% delas permanecem detidas). Dos parlamentares palestinos, 40 são mantidos presos. Os dados são da própria Campanha, e dizem respeito a janeiro de 2007.

Parte dos presos fica permenece presa em detenção administrativa, mecanismo legal israelense que permite a reclusão, por até seis meses, sem julgamento nem informação do motivo da detenção. A entidade, no entanto, denuncia casos em que palestinos permaneceram até sete anos presos.

Maruan Barguti

Aos 46 anos, o ativista palestino Maruan Barguti é mantido preso desde 15 de abril de 2002, quando era parlamentar palestino eleito pelo Fatá, pertido de Iasser Arafat e Mahmoud Abbas. É apontado como fundador da Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado do partido político. Condenado em dezembro de 2002, cumpre cinco prisões perpétuas por assassinato e tentativa de assassinato. É apontado como "terrorista" pelo governo israelense.

A Campanha pela Libertação de Maruan Barguti e Todos os Presos foi criada como uma rede que reúne organizações em defesa dos direitos dos presos políticos. Barghouti, visto como preso político pela entidade, chegou a lançar-se à presidência da Autoridade Palestina em 2004 como candidato independente, mas retirou-se da disputa para apoiar Mahmoud Abbas. Em dezembro de 2005, de dentro da cadeia, rompeu com o grupo para criar o partido al-Mustaqbal (O Futuro).

Barghouti era um dos presos cuja libertação era reivindicada pelo Comitê de Resistência Popular, responsável pelo sequestro do soldado Gilad Shalit, detido em junho de 2006. A prisão dele e de outros dois soldados israelenses serviram de pretexto para a agressão ao Líbano. O trabalhista Shomn Perez, ex-premier e postulante a candidato à presidência de Israel, defende o perdão a Barguti.

Fonte: vermelho